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Safári em Gana: guia completo (parte 1)

  • Foto do escritor: Carol Ussier
    Carol Ussier
  • 2 de mai. de 2017
  • 6 min de leitura

Eu já compartilhei dicas de praia, de jardim botânico, de monumentos e de regiões históricas. Agora chegou a vez de mostrar aquilo que talvez seja o mais esperado em um país da África: um safári. Sim, Gana também possui opção de safári e a boa notícia é que será difícil encontrar um mais barato do que este no mundo. O safári de Gana fica na região norte, no Parque Nacional Mole, que tem muito mais do que “apenas” sáfari.

O Parque Nacional Mole (Mole National Park) é a maior área preservada de Gana e também o maior refúgio de vida selvagem – com mais de 4.900 km2 (mais de 3x a extensão do parque dos Lençóis Maranhenses). Para entrar no Parque é necessário pagar uma taxa de GHS 40 ou GHS 20 no caso de estudantes com carteirinha, o que ajuda a manter a estrutura, que apesar de simples é suficiente para fazer a viagem ser incrível.

Esse texto é dedicado a contar todas as dicas do que fazer quando estiver por lá. As principais opções perto do parque (a menos de 50 km) são: Safáris, Larabanga e Mognori Village. A parte 2 do guia inclui mais informações sobre como chegar e opções de hospedagem existentes.

1) SAFÁRI

Se você quer ver elefantes esse é o lugar certo. Os guias não te prometem nada, mas por minhas experiências eu diria que é impossível passar pelo parque sem vê-los. Outros animais que você pode esperar ver são: muitas espécies diferentes de antílopes, búfalos, macacos, babuínos, crocodilos e javalis (os pumbas do rei leão, sabe?). Para os amantes de aves e borboletas o parque também é um paraíso. Eu confesso que não sou muito ligada a aves, mas mesmo assim posso dizer que vi várias bem diferentes e coloridas.


Babuíno

Pumba

Também existem alguns leões e leopardos no parque mas a quantidade é muito pequena e por isso é bem improvável que você cruzará com algum deles. O legal disso é que por não ser perigoso como em safáris de outros países, existe a opção de fazer o safári a pé, o que torna a experiência mais única ainda.


Existem 3 opções diferentes de safári: carro próprio, carro alugado (4x4) ou a pé. Em todas elas é obrigatório pagar a taxa do guia de GHS 10 por pessoa por hora, sendo que a duração mínima é de 2h e existem 4 saídas por dia (veja a tabela ao lado).

​Eu não fiz safari com carro próprio, mas posso falar das outras opções.

SAFÁRI COM CARRO


Safári com carro

Além de pagar a taxa do guia é necessário pagar o aluguel do carro. O valor total é de GHS 100 por hora e o carro comporta 7 pessoas. Ou seja, se você optar pela duração mínima (2h) e fechar o carro com 7 pessoas, pagará GHS 29 pelo carro + GHS 20 pelo guia (~11,50 dólares). A vantagem dessa opção é que com carro é possível explorar uma área maior do parque, aumentando a chance de ver diferentes animais.

SAFÁRI A PÉ

​Nesta opção a única taxa que você paga é o guia – GHS 20 por duas horas ( ~4,7 dólares). Os grupos são normalmente de 10 pessoas e o mais legal dessa opção é poder chegar pertinho dos animais.


Elefante

Elefante

SAFÁRI NOTURNO

Só é possível fazer a opção noturna alugando um carro. O valor é o mesmo que mencionei antes, mas a taxa do guia é mais cara – GHS 30 por hora. Se você conseguir fechar o carro com 7 pessoas, essa opção sai por GHS 89 por pessoa no total (~21 dólares). O carro noturno só sai se tiver confirmação, por isso é importante reservar seu lugar até 15h do mesmo dia. Se você for muito sortudo vai ver algo além de crocodilos e antílopes. Para mim o legal dessa opção foi a experiência em si – as sensações que são diferentes à noite (cheiros e sons), desligar o carro no meio da savana e observar o céu estrelado e o friozinho na barriga de vivenciar tudo isso no escuro.

​É possível fazer as três opções no mesmo dia. Não existe um safári igual ao outro, afinal ali é o habitat natural dos animais e eles têm o direito de ir e vir quando quiserem. Eu já fui algumas vezes para Mole e todos os safáris que fiz foram completamente diferentes e igualmente legais =). Para maiores informações, visite o site do parque.

2) LARABANGA

A apenas 30km da recepção do parque está a comunidade Larabanga. Se você for ao Parque saindo de Tamale, passará por essa vila no caminho. O local mais famoso de lá é a mesquista (Larabanga Mosque), famosa por provavelmente ser a mais antiga da África Ocidental. É necessário pagar uma taxa de GHS 10, sendo que não é permitido entrar na mesquita (a não ser que você seja muçulmano e seja dia de reza).

A maior dica que eu te dou sobre a mesquita é a seguinte: pergunte por um guia local na hora do pagamento.

Na primeira vez que estive por lá eu já saí do Parque Mole com um guia e a experiência foi um pouco frustante. A construção é muito diferente de tudo que já vi e valeu a visita de qualquer forma, mas eu senti muita falta de ter mais informações. Já quando estive por lá pela segunda vez, fui acompanhada por um guia de Larabanga mesmo. Por sinal, era um guia muçulmano e que aparentemente era "oficial". E a experiência foi completamente diferente. O guia passou pelo menos 20 minutos explicando não só a história da mesquita, como também do islamismo em Gana e respondeu todas as várias perguntas que eu tinha. Infelizmente eu não lembro o nome do guia, mas a minha recomendação é pedir por um guia no momento do pagamento.



Esteja preparado para ser seguido por muitas crianças pedindo dinheiro e saiba que os próprios moradores da vila recomendam que você não dê nada a elas (se quiser contribuir, o indicado é ajudar o orfanato local). Além de visitar a mesquita, também é possível passar o dia ou até mesmo a noite na comunidade, vivenciando as atividades deles. Se você se interessar pela pernoite na comunidade, aguarde o post sobre as dicas práticas para visitar o safári.

3) MOGNORI ECOVILLAGE

Mognori é outra comunidade local considerada uma ecovila, ou seja, uma vila auto-sustentável. Ela também fica a cerca de 30 km do parque, mas no sentido oposto a Larabanga. Cerca de 350 pessoas moram em Mognori e no geral elas são extremamente simpáticas. A vila recebe o apoio de um fundo de desenvolvimento do Japão e dá para perceber que eles são treinados para receber turistas. Isso não significa que a experiência seja “montada” para turistas. Muito pelo contrário, se você optar por visitar a vila vai ver o dia-a-dia dela, como ela realmente é. Mas existem pessoas específicas em Mognori que foram treinadas para se tornarem guias e enriquecem a experiência.



Em Mognori também existem pessoas treinadas para te levar para um passeio de canoa pelo rio Mole. Dizem que ele é cheio de crocodilos, mas eu confesso que não vimos nenhum. A canoa custa GHS 30 para 2 pessoas e GHS 50 para 5 pessoas.

​Além do passeio de barco, você pode fazer um “walking tour” pela vila, conhecer o chief e a queen mother, descobrir como é feita a manteiga de karité (shea butter em inglês , parecida com a manteiga de cacau), descobrir hábitos tradicionais, conhecer o curandeiro da vila, participar de performances de dança e tambores e também pernoitar em uma casa tradicional. Os preços estão na tabela abaixo.



Para visitar essa vila você pode contatar algum guia - os que eu conheci são Abrahim (+233 54 963 2615) e Kony (+233 55 532 2532)-, pedir ajuda na recepção do parque ou entrar em contato diretamente com o responsável pelas visitas: Mahama Abukari: +233 54 993 54 06 / + 233 50 667 7060 / ecotourism.gh@gmail.com

Além dessas três atividades – que são super perto do parque – também é possível visitar outras coisas pela região, como o Wecchiau Hippo Sanctuary (santuário de hipopótamos), Paga, mesquita de Bole, Navrongo e Sirigu. É possível alugar um carro – com motorista – e visitar todos estes lugares em apenas 4 dias. Além de tudo o que já conheci em Gana agora também descobri que o safári mais barato do mundo fica aqui. Não perca a parte 2 desse guia completo, com todas as informações sobre transporte, hospedagem, comida e o que levar. E se tiver alguma dúvida, deixe seu comentário que eu vou adorar responder.

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Carol Ussier
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Uma mulher itinerante, que se encontra na diversidade, no coletivo e na profundidade. Morei por quase 7 anos na África Ocidental, onde me reconectei com minha expressão no mundo: a dança. Acredito na arte como ferramenta de transformação e de ativismo, e sigo pelo mundo tentando entender a relação dos povos com os corpos e a dança. 

 

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